O Instituto PIPA foi criado em 2009. Inicialmente, seu papel era o de coordenar e dar sustentabilidade ao Prêmio PIPA, incorporando funções que dessem vigor cultural à efeméride da premiação, tais como a produção de um catálogo com todos os artistas indicados a cada ano, uma premiação online e um site com páginas de todos os artistas. Este site, com versão também em inglês, conta com mais de 600 páginas de artistas, sendo uma fonte de pesquisa importante sobre a arte brasileira contemporânea. Estas atividades expandiram o Prêmio em várias direções, fazendo-o acontecer ao longo do ano e contribuindo para que os artistas tivessem mais visibilidade, aqui e fora do país. 

Desde 2016, o Instituto vem desdobrando suas atividades. Começamos a desenvolver uma coleção focada nos artistas do Prêmio PIPA, tendo na noção de ‘deslocamento’ um conceito guarda-chuva norteador. A ideia é cada vez mais fortalecer a coleção, por meio de aquisições e comissionamentos, além de participar, na medida da nossa escala, de projetos variados com os artistas. As aquisições do Instituto refletem desenvolvimentos do próprio prêmio. A partir da pandemia em 2020, o PIPA focou em trajetórias iniciadas nos últimos 15 anos. Fortaleceu-se a ideia de ser um prêmio de fomento e não de consagração. Passamos a premiar quatro artistas e não apenas um.

Neste último ano, além de obras adquiridas dos artistas premiados em 2022 que estavam na exposição aqui no Paço, e por isso não estão sendo mostradas novamente, foram incorporadas ao acervo do Instituto obras de Agrade Camiz, Maxwell Alexandre, UÝRA, Xadalu Tupã Jekupé, Guilherme Bretas e Elias Maroso. Seus trabalhos repotencializam meios expressivos tradicionais, como a pintura e a colagem, e experimentam com novas tecnologias de produção de imagens, reconfigurando corpos e identidades dissidentes. As linguagens artísticas, as heranças culturais e os vetores poéticos de formas de vida mutantes obrigam-nos a rever modos de afecção e produção de sentido. Passado e futuro se transfiguram e se indeterminam, apostando em uma certa ancestralidade futurista, abrindo possibilidades de imaginar outros modos de estar no presente.

O Instituto PIPA acredita, acima de tudo, que o investimento na arte contemporânea brasileira é a aposta na possibilidade de um futuro mais plural, mais integrado e menos desigual. Para conhecer melhor o Instituto PIPA navegue por sua coleção.

Luiz Camillo Osorio